
Ilustração Ana Cunha |
Transformar folhas de árvores em pipas, pular amarelinha chutando chinelo, bater palmas em francês.
A equipe de "Folhinha" registrou 750 brincadeiras na nova edição do site Mapa do Brincar (www.mapadobrincar.com.br ).
O caderno percorreu 30 cidades brasileiras das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste a fim de descobrir como as crianças brincam.
Na primeira edição, de 2009, que recebeu o Grande Prêmio Ayrton Senna de jornalismo, eram 550, a maioria do Sul e Sudeste.
Além de mais brincadeiras, o site está com cara nova, sistema de busca e entrevistas com educadores.
A equipe da "Folhinha" chegou às fronteiras brasileiras com a Bolívia, o Peru, a Argentina, o Uruguai e a Guiana Francesa.
No caminho, uma descoberta: há mais semelhanças do que diferenças entre a forma de brincar nas mais distantes regiões. É como se as crianças não ligassem para as divisões geográficas.
No Acre, por exemplo, as bolinhas de gude são chamadas de peteca e fazem tanto sucesso quanto na praça da cidadezinha peruana de Iñapari, onde são conhecidas como "bolitas".
As petecas são jogadas em círculos riscados no chão, enquanto a batalha das "bolitas" acontece no desenho de uma folha de árvore.
Em qualquer lugar, a infância é o tempo da (re)invenção, principalmente quando o assunto é brincar.
E, apesar da grande oferta da indústria de brinquedos, o site mostra que também dá para brincar com o próprio corpo, que vira uma "flecha" em um mergulho, a natureza e a imaginação.
Veja o que especialistas dizem sobre o site e o brincar.
"Brincar é uma forma de linguagem. O Mapa do Brincar é importante porque estimula que a criança brinque construindo coisas, interagindo com os outros. O adulto precisa abrir espaço para a criança expressar sua emoção brincando."
Lelia Tardivo, psicóloga e professora do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo)
"Acho fundamental o Mapa do Brincar; ele resgata brincadeiras atemporais. Na onda do Beyblade, por exemplo, as crianças querem o pião fabricado, esquecem que podem fazer um."
Rosely Sayão, psicóloga e colunista da Folha de S.Paulo
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