O lúdico é uma atividade que encontra sua
finalidade no próprio ato de jogar. É interessante pensar que o brincar
proporciona um grande desenvolvimento cognitivo, social, motor e afetivo, mas
tais benefícios não podem ser comparados ao divertimento, bem-estar e alegria
que o jogo proporciona. Essa atividade, no entanto, tem se deparado com uma
série de impedimentos criados pelo homem para a sua ocorrência na vida adulta.
Foi construída a ideia de que o brincar é
característico da infância e da adolescência. A partir do momento em que a
pessoa vai deixando tais fases do desenvolvimento humano, ela precisaria
ocupar-se com ofícios mais sérios como o trabalho.
Este é um pensamento que
entra em confronto direto com as ideias expostas por Huizinga (2004), que mostra que o jogo é considerado
uma ocupação extremamente séria para seus participantes, devido a alguns
elementos do lúdico como a tensão.
A primeira pesquisa desenvolvida pelo Grupo
Ludens buscou verificar quais eram as preferências das pessoas em relação aos
jogos, a freqüência com que brincavam, o que as motivava a realizar tais
atividades lúdicas, o local em que costumavam jogar e as pessoas com quem
brincava. Para responder a esse objetivo, algumas pessoas selecionadas
aleatoriamente foram entrevistadas durante o Dia da Responsabilidade Social,
evento promovido pela Faculdade Pitágoras campus Linhares/ES.
Foram 25 entrevistados entre 10 e 40 anos
que, para análise desses resultados, foram classificados entre as faixas
etárias de 10 a 19 anos, 20 a 29 anos e 30 a 40 anos. Os dados obtidos
confirmaram as discussões existentes na literatura consultada: existe uma forte
tendência de que a atividade lúdica tenha sua ocorrência diminuída com o avanço
da idade.
Houve também uma predominância na
preferência pelo vídeo game e pelo esporte nas três categorias de idade, sendo
que os locais em que os entrevistados revelaram jogar possibilitaram uma
correlação com algumas características de suas faixas etárias, como, por
exemplo, o fato da maior parte dos participantes entre 10 e 19 anos responderem
que costumam brincar em casa ou na escola, sabendo que nessa faixa de idade é
recorrente que as pessoas estejam em instituições de ensino.
Os dados levantados contribuíram para que
se considerasse que pode existir uma certa carência de momentos de lazer na
vida adulta. Além de concluir a necessidade de intervenções com propósitos de
inserir o lúdico nessa fase do desenvolvimento, já que este representa uma
atividade separada da vida quotidiana, livre e desinteressada, diferente do que
se pode encontrar em meio a vida na sociedade.
Luana Sfalsin Zatta – 3º período de
Psicologia
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